Stop Shein! A moda não nos pode custar o planeta
© Wason Wanichakorn / Greenpeace
A moda rápida e ultrarrápida (fast fashion e ultra fast fashion) promete novas tendências a cada instante. O resultado? Milhares de novos modelos lançados todos os dias (em picos de produção, mais de 10.000 modelos), muitos disponíveis apenas durante algumas semanas. Com 363 milhões de visitas mensais ao seu website, Shein.com é já o site de moda mais visitado em todo o mundo.
Parece barata, certo? Mas não é. A mais recente investigação da Greenpeace relativamente aos riscos da moda rápida e ultra rápida não deixa espaço para dúvidas quanto aos seus riscos e consequências.
O seu verdadeiro custo é altíssimo: emissões poluentes, consumo excessivo de água potável, montanhas de roupa descartada que contaminam ecossistemas, rios intoxicados, milhões de máquinas de lavar a libertar microplásticos nos oceanos e trabalhadores submetidos a condições de equivalentes a semiescravidão. Para agravar ainda mais, muitas destas marcas contêm substâncias perigosas acima dos limites legais, poluindo o ambiente e colocando em risco a saúde de quem fabrica e de quem veste estas peças.
A indústria têxtil utiliza milhares de produtos químicos no processamento das matérias-primas, na tinturaria, nas estampagens, no branqueamento e nos acabamentos, para melhorar a aparência e a durabilidade a curto prazo. Estes produtos (muitas vezes nocivos para o ambiente e para a saúde, de quem produz e de quem veste) estão hoje disseminados por todo o planeta (por exemplo, nas águas dos rios ou no ar costeiro de vários países) e acarretam riscos cientificamente comprovados ao nível da fertilidade ou do desenvolvimento infantil, entre outros.
Mas há alternativas. A moda sustentável já demonstrou que é possível reduzir ou eliminar o uso de muitos destes químicos. E o problema não é só o seu perigo, é também o desperdício de água que é brutal. Por exemplo, a produção de um único par de jeans pode consumir até 10.000 litros de água.
As autoridades portuguesas têm a oportunidade e o dever de agir para travar a poluição e os riscos desta moda ultra rápida através de uma lei contra a fast fashion: uma legislação que promova a produção sustentável, que reduza a contaminação e que incentive a reparação e a reutilização. É possível e já está a acontecer noutros países, como em França.
É necessária uma lei que contenha a expansão da moda ultrarrápida, perigosa para quem a produz e usa e que agrava a poluição ambiental, explorando brechas legais para contornar a regulamentação europeia. Uma lei que promova uma economia têxtil circular, tornando mais acessíveis as opções de reparar e reutilizar, que aposte em roupas de maior durabilidade, que crie novos empregos nos setores de reparações, de segunda mão e de moda sustentável.
Está na hora de quebrar o ciclo vicioso da moda rápida, que polui o planeta e afeta a saúde das pessoas.
Por tudo isto, queremos:
- Pedir ao Governo Português, em particular ao Ministério da Economia (responsável pela política de defesa do consumidor e pela aplicação das normas relativas à segurança dos produtos) e ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática (autoridade competente para a aplicação do Regulamento relativo ao registo, avaliação, autorização e restrição de substâncias químicas - REACH), que avance com uma lei que regule a moda ultra rápida, como a aprovada recentemente em França, e que vise marcas como Shein e Temu;
- Garantir que as peças de vestuário comercializadas em Portugal não contenham substâncias químicas perigosas acima dos limites legais definidos pelo REACH;
- Exigir que as marcas reduzam a sua produção para, pelo menos, metade, melhorem a qualidade e durabilidade das suas roupas e promovam a reparação e o mercado de segunda mão.
Mas só o conseguiremos se todas as pessoas agirem em conjunto. Junta o teu nome!
Queremos uma moda sem produtos químicos perigosos, justa, que proteja o planeta e as pessoas!
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