GREENPEACE EXIGE RESPONSABILIZAÇÃO INTERNACIONAL FACE À LIMPEZA ÉTNICA E À FOME EM GAZA

Maio 27, 2025

Lisboa, 27 de maio de 2025

A Greenpeace expressa a sua profunda preocupação com o catastrófico balanço humanitário do atual conflito em Gaza, agravado pela retoma das ações militares conhecidas como “Carros de Gideão” e descritas pelo gabinete de Netanyahu em termos de limpeza étnica. Enquanto o Governo israelita prossegue, com impunidade, os seus devastadores atos de punição coletiva, a comunidade internacional tem falhado de forma estrondosa na resposta com a urgência moral e a integridade necessárias.

Apesar da condenação generalizada, os governos de todo o mundo têm tomado poucas ou nenhumas medidas significativas: não impuseram um embargo de armas vinculativo, não coordenaram sanções nem intervieram diplomaticamente de forma decisiva. A sua inação não é neutralidade: é cumplicidade.

Apesar de o Governo israelita ser diretamente responsável pela atual escalada e pelo uso desproporcionado e indiscriminado da força contra a população civil, os Estados e instituições que continuam a permitir transferências de armas ou prestam apoio acrítico contribuem para manter um padrão de violência e impunidade sistémica.

A atual militarização da ajuda humanitária colocou mais de dois milhões de pessoas à beira da fome. A desnutrição e a inanição são generalizadas. O número de mortos por balas e bombas será ofuscado em comparação com as vidas inocentes perdidas por falta de pão e medicamentos. Só com o fim imediato do cerco e a libertação de todos os comboios de ajuda da ONU acumulados na fronteira será possível evitar uma catástrofe alimentar.

A Greenpeace exige:

  • Um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente para pôr fim aos ataques contra a população civil e o meio ambiente.
  • A libertação, por parte do Hamas, de todos os reféns.
  • A libertação, por parte de Israel, de todas as pessoas palestinianas detidas ilegalmente.
  • A imposição de sanções seletivas e um embargo total de armas, aplicados pela comunidade internacional.
  • A entrega sem obstáculos da ajuda humanitária, por parte da ONU e de outras organizações humanitárias.
  • O fim da ocupação ilegal da Palestina. A Greenpeace apoia um futuro em que Israel e a Palestina convivam em paz, dentro de fronteiras reconhecidas, em conformidade com o direito internacional e com as resoluções pertinentes das Nações Unidas.

O que estamos a testemunhar não é apenas um fracasso político — é um fracasso moral. Se a comunidade internacional continuar sem adotar medidas concretas, enquanto se acumulam crimes de guerra e crimes contra a humanidade, terá de responder por cumplicidade num genocídio. A Greenpeace alerta:

“Os líderes de hoje ficarão para sempre estigmatizados nos anais da história pela sua inação!”


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