Greenpeace: uma ação climática e florestal ambiciosa pode tornar Belém num marco histórico da COP30
Lisboa, 10 de novembro de 2025
A Greenpeace apela aos delegados reunidos em Belém para que garantam que a COP30 resulte num plano histórico para travar a destruição das florestas e fechar urgentemente a lacuna de ambição em torno do objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
“A COP30 não é apenas mais uma cimeira. É o momento em que Portugal pode provar que a sua voz conta! Uma voz que vem do Atlântico, entre a Europa e a Amazónia, e que pode unir pontes por uma justiça climática real.
A crise climática já não é uma previsão: está aqui e exige coragem, coerência e ação imediata. Chegou a hora de abandonar de vez os combustíveis fósseis e de apostar em soluções que ponham as pessoas e o planeta acima dos lucros.
Portugal tem uma responsabilidade acrescida. Somos um país vulnerável à seca, aos incêndios e à perda de biodiversidade, Mas também somos um país com capacidade diplomática e moral para inspirar os outros a agir.
Na COP30, exigimos que o Governo português lidere com exemplo: mais ambição, mais solidariedade e um compromisso firme com a Amazónia e com todos os povos que a protegem.
É o nosso dever e é também o nosso tempo de agir”, defende Toni Melajoki Roseiro, Diretor da Greenpeace Portugal.
Carolina Pasquali, diretora executiva da Greenpeace Brasil, afirmou:
“A COP30 precisa de ser um ponto de viragem. Já não podemos tratar a proteção das florestas, a transição para longe dos combustíveis fósseis ou a adaptação climática como opções entre várias. A crise climática está a avançar em todas as frentes, e a resposta tem de ser ambiciosa, corajosa e imediata.”
“O Presidente Lula foi claro na Cimeira de Líderes, ao afirmar que a COP30 deve apresentar planos concretos para inverter a desflorestação e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. O sinal político já foi dado – agora é tempo de o transformar em ação real. O mundo espera mais do que discursos; espera liderança através de atos. Isso significa planos concretos para acabar com a desflorestação até 2030, abandonar a dependência dos combustíveis fósseis, reforçar a adaptação e garantir o financiamento necessário para tornar tudo isto realidade. A era das respostas parciais acabou.”
“Se Belém quer fazer história, esta deve ser a COP da coerência e da implementação – a que transforma promessas em caminhos, esperança em planeamento e liderança em responsabilidade partilhada.”
Na COP30, em Belém, a Greenpeace apela a:
- Um Plano Global de Resposta Climática para colmatar a lacuna de ambição de 1,5 °C e acelerar a redução de emissões nesta década crítica, incluindo medidas decisivas para abandonar os combustíveis fósseis;
- Um novo Plano de Ação Florestal de 5 anos para pôr fim à desflorestação até 2030;
- A criação de uma nova agenda permanente da UNFCCC para reforçar o financiamento climático, aumentando o apoio público dos países desenvolvidos e aplicando um imposto sobre os poluidores para desbloquear fundos públicos em larga escala para os países em desenvolvimento.
Tracy Carty, especialista em política climática da Greenpeace Internacional, declarou:
“Num contexto geopolítico turbulento, a COP30 precisa de demonstrar unidade global e compromisso com a ação climática multilateral. As metas de emissões para 2035 estão perigosamente fora de rumo, e os alertas de que o limite de 1,5 °C pode ser ultrapassado estão a crescer. É esta realidade que os governos têm de enfrentar e agir, tomando medidas decisivas sobre os combustíveis fósseis para manter vivo o objetivo de 1,5 °C.”
“Depois do desastroso resultado do financiamento climático do ano passado, a COP30 deve avançar no apoio financeiro para mitigação, adaptação e compensação de perdas e danos nos países em desenvolvimento. Com cinco grandes empresas de petróleo e gás a lucrarem quase 800 mil milhões de dólares na última década, os governos têm de garantir que quem polui paga. A COP30 precisa de resultados reais e tangíveis no financiamento climático e de enviar um sinal claro de que os poluidores serão responsabilizados.”
An Lambrechts, especialista em políticas de biodiversidade da Greenpeace Internacional, acrescentou:
“Os líderes mundiais que viajaram até à Amazónia para a primeira COP alguma vez realizada nesta região têm agora de garantir que esta conferência histórica entrega resultados concretos – um plano de ação para acabar com a destruição das florestas até 2030.”
“O lançamento do Tropical Forests Forever Facility (TFFF) abriu caminho para decisões firmes na COP30 que protejam as florestas, reconhecendo o papel crucial que os povos indígenas e as comunidades locais desempenham e quebrando a divisão entre biodiversidade e ação climática – algo essencial para manter o limite de 1,5 °C ao nosso alcance.”
“Aqui em Belém podemos fazer história, mas isso exige compromisso e determinação para garantir que a COP30 cumpre o potencial que representa. O momento é agora.”
Notas:
- Lucros agregados das cinco maiores petrolíferas (2016–2025)
- As exigências políticas da Greenpeace para a COP30 estão disponíveis aqui
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