4 passos para eliminar os microplásticos da tua vida
Celia Ojeda, Responsável pela área de Biodiversidade da Greenpeace
Têxteis, utensílios de cozinha, cosméticos, garrafas… Mostramos-te quatro formas práticas de reduzir os microplásticos na tua vida, enquanto aguardamos que os líderes mundiais cheguem a um acordo para assinar um tratado que ponha fim à invasão do plástico.
O que são microplásticos?
São partículas minúsculas de plástico – com menos de 5 milímetros de diâmetro – que já estão por todo o ambiente. Uns resultam da fragmentação de plásticos maiores, como pneus ou garrafas; outros são produzidos intencionalmente, como os que se adicionam a cosméticos esfoliantes ou detergentes.
Estão em todo o lado
A olho nu, não os vemos. Mas se conseguíssemos vê-los, perceberíamos que estão literalmente em toda a parte. Foram detetados no ar que respiramos, na comida que ingerimos, na água que bebemos, nos nossos órgãos… e até no sangue. Estima-se que, por ano, cada pessoa possa absorver até 250 gramas de microplásticos.
“Já foram encontrados microplásticos no ar que respiramos, na comida que comemos e nos nossos órgãos — até no sangue.”
Tartarugas presas em anilhas de plástico, aves com balões no estômago, baleias encalhadas com quilos de lixo plástico no ventre… Há microplásticos no mar, no solo, nas nuvens, nas plantas, nos animais e também nos humanos. É uma pandemia silenciosa, que afeta não só o ambiente, mas também a nossa saúde, provocando potenciais efeitos tóxicos, inflamatórios e neurológicos.
“A poluição por plásticos e microplásticos é uma pandemia silenciosa, que não afeta apenas o ambiente, mas também a nossa saúde.”
Perante esta crise, decorrem neste momento negociações na Suíça para aprovar um Tratado Global sobre Plásticos, que possa travar a produção de petróleo destinado à criação de plásticos. Mas enquanto a política se arrasta, a produção e o consumo continuam a crescer. E é por isso que precisamos de agir já. Aqui estão 4 formas simples de o fazer:
1. Têxteis: escolhe fibras naturais
Grande parte dos microplásticos que usamos no dia a dia vem da nossa própria roupa. O poliéster, por exemplo, é uma fibra plástica que se liberta com o uso, com a fricção e, sobretudo, com a lavagem. A solução? Troca o poliéster por fibras naturais como o algodão, o linho ou a lã. Mesmo o poliéster reciclado, embora melhor, continua a libertar microplásticos que acabam por entrar nos nossos pulmões ou nos oceanos.
2. Utensílios de cozinha: corta com o plástico
Sempre que usas tábuas de plástico, há microfragmentos que se soltam e podem contaminar a tua comida. Opta por tábuas de madeira ou bambu, mais seguras e duráveis. O mesmo vale para colheres, espátulas e outros utensílios de cozinha.
3. Cosméticos e sabonetes: diz não aos microgrânulos
Muitos esfoliantes, pastas de dentes e sabonetes contêm partículas de plástico que servem como “agentes de fricção”. Algumas marcas já eliminaram estes ingredientes, mas nem todos os produtos estão isentos, sobretudo os comprados fora da Europa. Para te protegeres, evita produtos com nomes como:AC, ACS, PA, PMMA, PEG, PQ, Dimethicone ou Methicone.
4. Garrafas de plástico: reutilizar? Não.
As garrafas de plástico não devem ser reutilizadas. Libertam microplásticos, mesmo antes de as abrires. E quando expostas ao calor, podem libertar substâncias tóxicas perigosas para a saúde. A alternativa? Leva contigo um frasco de vidro ou uma garrafa de aço inoxidável. E nunca aqueças a comida em recipientes de plástico – usa vidro ou inox.
Assina pelo futuro. Luta por um planeta livre de microplásticos.
Os microplásticos não são apenas uma ameaça ambiental. São um problema de saúde pública global que exige ação imediata. Age agora por um futuro mais limpo. Altera os teus hábitos de consumo e faz-te ouvir.
NÃO à invasão do plástico. Assina a petição no nosso site.