Entrada de blog por Greenpeace - Outubro 1, 2025


A Greenpeace exige o fim do genocídio e a condenação dos Estados europeus aos ataques contra a Global Sumud Flotilla

Face aos acontecimentos que têm decorrido ao longo dos últimos dois anos na Faixa de Gaza, a Greenpeace expressa a sua profunda preocupação pelo catastrófico balanço humanitário. 

Atualmente, está em curso um genocídio por parte das autoridades israelitas, já reconhecido por várias organizações independentes e pelas próprias Nações Unidas, em que se contabilizam já mais de 65.000 mortos. Enquanto o Governo israelita continua com impunidade os seus devastadores atos de castigo coletivo, a comunidade internacional tem falhado de forma gritante em conseguir responder com a urgência moral e integridade necessárias. 

Apesar de uma condenação generalizada, governos um pouco por todo o mundo têm tomado poucas ou nenhumas medidas significativas para pôr fim a este genocídio. Não foi implementado nenhum embargo de armas verdadeiramente vinculativo, não foram aplicadas sanções e tem havido poucas intervenções diplomáticas decisivas.

Outro exemplo de ausência de ações diz respeito à falta de uma proteção efetiva à Global Sumud Flotilha (uma iniciativa pacífica que visa quebrar o cerco ilegal de Israel à Faixa de Gaza), onde se encontram três cidadãos portugueses, e que tem sido alvo de ataques em águas internacionais ao longo dos últimos dias.

No passado dia 27 de setembro, a Greenpeace Portugal e a Amnistia Internacional – Portugal, em conjunto com outras organizações humanitárias, de defesa ambiental e de defesa de direitos humanos (Amnistia Internacional – França, Repórteres Sem Fronteiras, Greenpeace – França, Médicos do Mundo e Médicos Sem Fronteiras – Países Baixos) denunciaram os mais recentes ataques ilegais com drones ocorridos na noite de 23 para 24 de setembro.

A Greenpeace manifesta a sua solidariedade com o povo de Gaza e com estas corajosas pessoas que arriscam a sua liberdade e segurança a bordo da flotilha. A assistência humanitária deve ser respeitada e protegida.

Face aos riscos que correm as centenas de ativistas pacíficos e jornalistas a bordo e perante a situação apocalíptica das populações palestinianas de Gaza — entregues à fome e à escassez de cuidados médicos por um bloqueio ilegal — pedimos aos Estados terceiros, em particular aos Estados europeus, nomeadamente ao Estado português, que intervenham publicamente. Esta tentativa de intimidar e pôr em perigo civis é inaceitável e ilegal.

Os Estados devem condenar estes ataques e pressionar as autoridades israelitas a não interferirem com uma frota humanitária que se destina a um país terceiro — o Estado da Palestina como reconhecido pelo Governo português — e cujo único objetivo é humanitário. Deve ser garantida a entrada segura da frota e a ajuda humanitária de emergência na Faixa de Gaza.

A sua inação não é neutralidade: é cumplicidade. 

A Greenpeace exige:

  • Libertação de todos os palestinianos ilegalmente detidos por Israel;
  • Libertação dos reféns pelo Hamas;
  • Cessar-fogo imediato, incondicional e permanente que ponha fim aos ataques a civis e ao ambiente;
  • Sanções direcionadas e um embargo de armas aplicados pela comunidade internacional;
  • Entrega imediata e desimpedida de ajuda pelas Nações Unidas e por outras organizações humanitárias;
  • O fim da ocupação ilegal da Palestina.

A Greenpeace, organização ambiental global, conhecida pelas suas campanhas ambientais, contém a palavra peace (paz) no seu próprio nome:  por esse motivo, atuamos por um mundo verde e pacífico, porque sabemos que não é possível um sem o outro. Qualquer solução ambiental que não respeite os direitos humanos está, em última análise, condenada ao fracasso.

Junta-te a nós neste apelo!

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